Projeto criado por Meire Nascimento transforma vidas com contação de histórias, saraus e oficinas gratuitas em escolas públicas, espaços comunitários e ruas das cidades

A Ciranda do Saber, idealizada e conduzida pela escritora e educadora Meire Nascimento, vem se consolidando como uma das mais relevantes iniciativas culturais do Brasil ao unir educação, oralidade e transformação social. Criada com o propósito de democratizar o acesso à literatura e às artes, a Ciranda atua em escolas públicas, praças, terminais de ônibus, bibliotecas e espaços comunitários, promovendo contação de histórias, saraus literários, rodas de conversa e oficinas de fortalecimento feminino, sempre de forma gratuita e acessível.

O projeto nasceu do desejo de Meire em devolver à sociedade aquilo que muitas vezes fica restrito a poucos: o direito à escuta, à imaginação e à construção coletiva do conhecimento. Hoje, já é reconhecido por professores, gestores educacionais e pela própria comunidade como um movimento capaz de ressignificar vidas, aproximar famílias e gerar pertencimento em espaços onde a cultura, frequentemente, não chega.

A magia da palavra oral

A contação de histórias é o coração da Ciranda do Saber. Com narrativas que vão do popular ao clássico, passando por lendas, poemas e produções contemporâneas, a equipe coordenada por Meire busca despertar o interesse pela leitura em crianças, adolescentes e adultos. Mais que uma atividade lúdica, contar histórias torna-se um ato de resistência cultural e de construção de memória coletiva.

Professores relatam que, após a presença da Ciranda, os estudantes mostram mais curiosidade pelos livros, desenvolvem a criatividade e até melhoram o rendimento escolar. As narrativas ampliam a imaginação, fortalecem a oralidade e ensinam a enxergar o mundo sob diferentes perspectivas.

Saraus: poesia como encontro

Outro pilar do projeto são os saraus realizados em escolas, praças e espaços públicos. Nestes encontros, a poesia rompe muros e chega a todos: estudantes, moradores do bairro, trabalhadores em trânsito e até pessoas em situação de rua. A diversidade de vozes torna os saraus um território de acolhimento e pertencimento.

É nesse espaço que histórias individuais ganham força coletiva. Pessoas que nunca tinham lido um poema em voz alta se encorajam, descobrindo na poesia um canal de expressão e cura.

Acolhimento feminino

Sob a sensibilidade de Meire Nascimento, a Ciranda do Saber também promove workshops e rodas de conversa especialmente voltados para mulheres. Nesses encontros, as histórias tornam-se ferramentas de fortalecimento, autoestima e compartilhamento de vivências. O espaço, gratuito e inclusivo, é construído para que cada mulher possa se sentir ouvida e respeitada.

São momentos em que o ato de falar e ouvir abre caminhos de empoderamento e resiliência, mostrando que a literatura pode ser uma aliada poderosa na luta pela equidade.

Vozes da transformação

Se para os educadores a Ciranda representa uma aliada na formação de leitores, para a comunidade em geral o impacto é ainda mais profundo. Um exemplo marcante é o depoimento de Cezar, morador em situação de rua encontrado no Terminal Barra Funda, em São Paulo. Ele resume o sentido da iniciativa:

“Na Ciranda eu não me sinto invisível, parece que faço parte de uma família de verdade. Quando alguém para me ouvir, é como se eu existisse de novo.”

A fala de Cezar evidencia o alcance humano da Ciranda do Saber. A cultura, nesse contexto, vai além do entretenimento: torna-se um ato de dignidade, reconhecimento e inclusão.

Cultura como direito, não privilégio

A Ciranda do Saber defende que cultura e educação devem ser compreendidas como direitos fundamentais e não como privilégios restritos a determinados espaços. Por isso, todas as atividades são gratuitas, itinerantes e abertas, alcançando desde escolas em regiões periféricas até terminais de ônibus e ocupações urbanas.

Essa escolha reflete o compromisso de Meire Nascimento com a democratização do acesso ao conhecimento e com a valorização de cada indivíduo, independentemente de sua condição social ou econômica.

O impacto nas escolas públicas

Em um país onde a leitura ainda é um desafio e muitas crianças têm contato limitado com livros, iniciativas como a Ciranda do Saber são fundamentais. Ao chegar às escolas públicas, o projeto não apenas complementa o trabalho dos professores, mas também gera encantamento entre os estudantes.

Relatos de professores apontam que alunos antes desinteressados encontram na contação de histórias uma nova forma de aprender. Há quem comece a escrever seus próprios textos, quem descubra talentos na declamação de poesia e até quem passe a frequentar bibliotecas com maior entusiasmo.

Esses pequenos grandes resultados comprovam que a educação se fortalece quando cultura e afeto caminham juntos.

Presença em lugares públicos

Levar saraus e histórias para lugares públicos como praças, terminais e bibliotecas é uma das estratégias mais marcantes da Ciranda. Nessas ocasiões, o projeto alcança pessoas que não estavam em busca de arte, mas que acabam surpreendidas pelo poder da palavra.

O inesperado se transforma em oportunidade: trabalhadores cansados, crianças brincando na rua, idosos solitários, todos podem se tornar público da Ciranda, participando ativamente ou simplesmente deixando-se tocar pelas histórias.

Um convite à sociedade

A Ciranda do Saber, sob a liderança de Meire Nascimento, convida cada pessoa a fazer parte dessa transformação. Seja participando das atividades, divulgando as ações ou apoiando a iniciativa, cada gesto ajuda a ampliar o alcance do projeto e garantir que mais comunidades tenham acesso à arte, à literatura e ao acolhimento humano.

O projeto também mantém canais digitais para ampliar sua voz e divulgar suas ações. Pelo Instagram @projetocirandadosaber é possível acompanhar registros dos encontros, histórias de impacto e novidades. Já no site www.cirandadosaber.com.br estão disponíveis informações detalhadas sobre a missão, a equipe e como apoiar ou participar.

O futuro da Ciranda

A expectativa é de que o projeto continue crescendo, ampliando sua presença em diferentes estados do Brasil e fortalecendo parcerias com escolas, universidades, bibliotecas e coletivos culturais. Mais do que uma iniciativa, a Ciranda do Saber já se posiciona como um movimento de transformação social, onde cada história contada abre caminho para novas narrativas de vida.

Em um tempo de tantas urgências, Meire Nascimento reafirma que ouvir e contar histórias é um ato revolucionário. A cada roda, sarau ou oficina, a palavra ganha corpo, resgata memórias e constrói futuros mais humanos e solidários.